Harmonia Etérea

Faces hediondas mostra a luz da noite tíbia.

Duro silêncio faz-se intenso acremente...

Nele, aventado, surge um som, a cifra exímia:

Cordas feridas dum violão que instiga a mente.

Contrafeitas as faces são empós das notas:

Compleições, que vistosas, cercam a densa noite,

Contemplando louvores sacros. Interpostas

Co'a pulsão de um alento as rotas... São uma ponte!

Aos olhos e ao ouvido ouvinte um ardoroso

Apelo intransigido em canto esplendoroso:

Amor!... Uma harmonia etérea, imbatível!

A ponte que atravessa o abismo dissonante

Eu sinto no tocar tão grave, apaixonante...

O amor se faz razão e acorde inexequível.

//obs: Optei por não usar a elisão no segundo quarteto em prol das rimas consonantais mais obscuras...

Edmond Conrado de Albuquerque
Enviado por Edmond Conrado de Albuquerque em 11/01/2010
Reeditado em 16/04/2010
Código do texto: T2023182
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