666, o meu Brasil reacionário

Concessão militar, nossa anistia,

Alivia com rabos de torturadores

Que escapam da seringa sem dores

E a vida curtem sem fidalguia,

Sendo crime prescrito, todavia,

Todo aquele esquecido seus os horrores,

Nurembergues reclamam seus temores,

De quem vive insólita utopia.

Cai por terra a lei única do homem,

Cuja pena tem hoje o seu valor

Mantido pelo impávido colosso,

Que os homens que mandam e nos ferem,

Dominam e resguardam com vigor,

Os seus nichos, sequer largam o osso.