Dançando com a vida

Seguindo o compasso sonoro e atonal,

Esgrima sem armas... pra frente e pra trás...

Num jogo de corpo, a promessa que jaz

De vida e de morte, começo e final.

São passos pra lá e pra cá, tanto faz,

Apenas um tango, uma valsa, um aval.

Num fogo cruzado e uma ginga fatal,

Vã troca de pernas já não satisfaz.

Desenho de giz é esse brilho fugaz,

Ao som do atabaque, bongô, berimbau,

Nos braços que calam, trançados em paz.

A mão sobre a pélvis, abrindo um portal,

Estouro de fogos e um som pertinaz:

Do olho no olho se faz carnaval...