Universo multicor.

A cortina prateada feita de chuva inunda o corpo

Mas, não lava a alma nem os sonhos vividos

Nem mais dilacera o cansaço, nem cala os gemidos

Apenas banha com sabor de sal o seu desgosto.

Nem o canto do bem-te-vi sobre a paisagem lavada

Renova suas forças combalidas pela chuva caída

Mal consegue ver no limiar da sanidade perdida

Toda a esperança que escoou na enxurrada.

A perícia do intérprete do coração, seu amante

Traduz para a linguagem do silêncio a sua dor

E enfeita de luz a sombra usando tinta multicor.

Sob o véu da chuva se esconde o meliante

Que no prazer da tortura fere inconsciente...

De onde vem a tinta que soluça reticente?

Nísia Maria de Souza
Enviado por Nísia Maria de Souza em 13/02/2010
Código do texto: T2084549
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.