Universo multicor.
A cortina prateada feita de chuva inunda o corpo
Mas, não lava a alma nem os sonhos vividos
Nem mais dilacera o cansaço, nem cala os gemidos
Apenas banha com sabor de sal o seu desgosto.
Nem o canto do bem-te-vi sobre a paisagem lavada
Renova suas forças combalidas pela chuva caída
Mal consegue ver no limiar da sanidade perdida
Toda a esperança que escoou na enxurrada.
A perícia do intérprete do coração, seu amante
Traduz para a linguagem do silêncio a sua dor
E enfeita de luz a sombra usando tinta multicor.
Sob o véu da chuva se esconde o meliante
Que no prazer da tortura fere inconsciente...
De onde vem a tinta que soluça reticente?