Soneto de coração romântico
Que vai dizer-me, amor que sinto
Que no peito nada mais se cabe
Que fui eu a colocar tal entrave
E a viver um mesmo amor que minto
E de irreal faz-se o sonho verdadeiro
E de vive-lo, nada mais importa
E se o amor é quem me vem e corta
Que vivo a viver tal devaneio!
E por curar-me o mal de amor são tantas...
Os malditos me receitam vil remédio
E nem se sente que meu peito canta
Que sou romântico incurável, não nego
E se não fosse por viver tamanha paixão santa
De certo morreria eu de puro tédio!