Soneto de amor que não se permite

O amor, bem sei, seduz a vida

E a torna infante aos olhos ateus

E ele não morre uma vez que me diga

Se nasceu não o mata simples adeus!

O amor, bem sei, é o ridículo da vida

Que a própria vida ao nascer enterrou

E traz tão doces mágoas e tanto palpita

Que mil mortes morre o coração que logrou

E se amou e sofreu, eis meu segredo

Que não há nada que se faça sentir

Que a vida é tanto... mas há tanto medo...

...que não há o amor de um dia existir

Nesta vida que só se respira em tanto enlevo

E que amar o amor não se vai permitir!

dhália
Enviado por dhália em 04/08/2006
Código do texto: T209162