Soneto de amor que não se permite
O amor, bem sei, seduz a vida
E a torna infante aos olhos ateus
E ele não morre uma vez que me diga
Se nasceu não o mata simples adeus!
O amor, bem sei, é o ridículo da vida
Que a própria vida ao nascer enterrou
E traz tão doces mágoas e tanto palpita
Que mil mortes morre o coração que logrou
E se amou e sofreu, eis meu segredo
Que não há nada que se faça sentir
Que a vida é tanto... mas há tanto medo...
...que não há o amor de um dia existir
Nesta vida que só se respira em tanto enlevo
E que amar o amor não se vai permitir!