Magia do vinho

Na solidão dos meus olhos estancos,

Vi na companhia do vinho curvas de mulher,

Era uma taça em visão de seios aos flancos,

Que lembram da libido o prazer!

No decanter vejo o rubro derramar meu pranto,

E na mesa a fala com qualquer

Recordação que me embriaga e em encanto,

Põe-me a desejar a que tiver!

Como é enigmático o universo de Baco...

Eu, um papel e uma caneta de nanquim,

Criando arte, parafraseando o acaso,

Em palavras até então não ditas,

E que a rima as une em um fim,

Que seja sonhar e amar a vida!