Ainda espero...!
Quero desistir, preciso esquecer essa lembrança que me persegue,
Preciso começar de novo um mesmo ensaio nunca antes revisado
E esvoaçar, deslizar suave no compasso que a valsa me concede
Não ouvindo a música, nem o som favorito de sua voz, meu pecado.
Não posso mais ouvir, nem ver é meu maior castigo, me mutilaram
Os sonhos, os anseios, a alegria tudo me foi cerceado e me pergunto
Por que é tão fácil arrebatar o tesouro maior do ser, num segundo
Onde estão as minhas ternas lembranças... Simplesmente apagaram.
Não é possível destruir a história e deletar seus vestígios, nem rumos
Nem tampouco é possível fingir que tudo não passou de loucura
Na fertilidade propensa aos meus ensaios, decorar os meus resumos.
É o teatro forjado pelo medo que insolente se esconde na insegurança
Das histórias incontidas, recontadas e adormecidas na vã procura
Na ânsia de reencontrar a tola e inverossímil alma gêmea, semelhança!