Ainda espero...!

Quero desistir, preciso esquecer essa lembrança que me persegue,

Preciso começar de novo um mesmo ensaio nunca antes revisado

E esvoaçar, deslizar suave no compasso que a valsa me concede

Não ouvindo a música, nem o som favorito de sua voz, meu pecado.

Não posso mais ouvir, nem ver é meu maior castigo, me mutilaram

Os sonhos, os anseios, a alegria tudo me foi cerceado e me pergunto

Por que é tão fácil arrebatar o tesouro maior do ser, num segundo

Onde estão as minhas ternas lembranças... Simplesmente apagaram.

Não é possível destruir a história e deletar seus vestígios, nem rumos

Nem tampouco é possível fingir que tudo não passou de loucura

Na fertilidade propensa aos meus ensaios, decorar os meus resumos.

É o teatro forjado pelo medo que insolente se esconde na insegurança

Das histórias incontidas, recontadas e adormecidas na vã procura

Na ânsia de reencontrar a tola e inverossímil alma gêmea, semelhança!

Nísia Maria de Souza
Enviado por Nísia Maria de Souza em 02/05/2010
Código do texto: T2231873
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