Hoje, o soneto não é mais o mesmo
de ontem de amanhã ou de depois;
dos tempos em que havia só nós dois,
buscando novas trilhas sempre a esmo.

O soneto que eu faço serve, pois,
pra deixar nessas folhas que ora enresmo
a parte que vos cabe, o justo sesmo
da doce experiência que me sois!

Já não é uma força que transporte!
Deixou de ter assim a primazia,
de ser a minha forma preferida;

aquela que roubou da minha vida,
os segredos de tudo que valia...
Hoje, o soneto não é bem meu forte!