A solidão da alma, solidão do sonho, solidão...
Quero professar a alegria sensível em ser do amor a sua única morada
Quero ainda proclamar a redenção dos sonhos e do encantamento,
Me envolver em uma nuvem etérea e fortificante, uma nebulosa alada
E sobrevoar o universo pontilhado, esvoaçar, percorrer o firmamento.
Quero ainda sobejar de sentimentos bons, nunca antes desejados
Nessa imensa selva de pedras que polidas, substituem o coração.
Quero também ensaiar um número original nunca antes realizado
No palco imenso da vida, com as vestes da luz, com o cheiro de ilusão.
Quero tanto, quero sim submergir em meio à espuma dourada do mar
Que no ocaso se tinge de tonalidades nunca, jamais vistas, só admiradas
Ao som da magia, do deslumbramento sob as nuanças suaves do raiar...
Raiar da aurora, melhor que fosse boreal, mística, cintilante e multicor
Espraiado na abóbada celeste em nesgas incrivelmente iluminadas
Volver os olhos cansados para a inspiração de sua beleza é fugir à dor.