QUASIMODO
Faço um elogio à loucura dantesca,
que menospreza a alma e enfatiza,
com o seu canto de dor e sintetiza,
a sua própria existência grotesca.
Assim Quasimodo a badalar o sino,
ensurdecido pelo som estridente,
do carrilhão da torre, tão potente,
torturado, dilacerado pelo destino.
Prisioneiro de sua paixão desmedida,
pela linda cigana com seu bailado,
distraindo a platéia enlouquecida.
Disforme, com seu corpo aleijado,
mostrando suas costas retorcidas,
ainda sonha em ter a bela a seu lado.
Marco Orsi