Delícias e prazeres do compor

Quem faz sonetos por si só descobre

Que sob o verso há sempre aquele aprumo

Uma elegância, um porte de realeza

Dentro da estirpe, da ascendência e raça

Como um repasto de ave rara ou caça

Sonata que é orquestrada com leveza

Um puro sangue que não perde o rumo

Ou vinho em uva que é de safra nobre

As penas de um faisão imperial

Floral fragrância de uma orquídea negra

E o brilho mais vistoso do diamante

Tudo isso que parece tão distante

Nada mais é do que respeito à regra

Doce prazer, prisão consensual