Dança

O assunto que te fez sair do sério,

A esfinge indecifrável e confusa,

Ainda sou enigma, sou mistério,

Porém deixei de ser a tua musa.

Angústia de não ter podido ser

A água que norteia a tua ilha...

A taça eu transbordei... cadê o prazer?

Não fui nem tua mãe, nem tua filha.

Contorço-me somente de incertezas,

Deslizo e danço onde tu não mais pisas...

Sumiu n’água profusa o pedestal.

Estátua já sem curvas, sem beleza,

Meu corpo não tem mais sabor de brisa.

A deusa, sem altar, virou mortal.