A pedra que rolava a cachoeira,
e tinha logo abaixo o seu final,
sabia que o perigo era real,
mas quis a sua chance derradeira.

Podia aquela queda ser fatal,
quem sabe espatifar-se na ribeira;
no lodo sucumbir, ser prisioneira,
decerto esse podia ser seu mal...

Contudo, já cansara do planalto,
de ver tudo do alto, diariamente,
pairar no precipício, em sobressalto.

Sonhava ter futuro no presente
e tinha essa dureza do basalto
que cai, mas não se parte e nada sente.


nilzaazzi.blogspot.com.br