EU...!

Sou uma nau errante à deriva,

No sobe e desce do balanço das ondas,

Marinheira mareada na ânsia criativa,

Ao saber, sem saber, por que me sondas?

Neste ir e vir a cabeça tresloucada pende,

Sobre o peito arfante, preso em sua saudade,

Nos ponteios da viola que vibra e acende,

A chama púrpura da viagem não marcada.

O vento que sopra as velas, enche os sonhos,

E impulsiona o destino sempre avante,

São tantos caminhos e saberes tristonhos,

Ah! Sobre as capelas a espuma encapelada,

Vai coração rubro, se renda ao implante,

E deixai vir assumir a insensível violada.

Nísia Maria de Souza
Enviado por Nísia Maria de Souza em 05/06/2010
Código do texto: T2301614
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