Desejadas Angustias

Quero, eu, fazer deserto de minha vida,

E com voracidade, destroço de minha estátua.

Quero gritar ao mundo que a alegria lívida

Findou e se propagou a angustia perpétua.

E a morte prá sempre me leve inteiro

E espero ser minado o sangue meu,

Quero ser jogado ao mar, mas primeiro,

Desejo desfazer-me do que um dia se perdeu.

Sozinho em meio a canibais inveterados,

Longínquo dos sonhos dos vêneros humanos,

Minguar nos mais lassos temores soberanos,

Sê mais finita, Ho ingênua fantasia

E em vez de luz, amor e alegria,

Quero a dor da escuridão, da tristeza e do engano!

Eduardo Costa
Enviado por Eduardo Costa em 02/09/2006
Código do texto: T231043