A UM PAI ABANDONADO

Eu não paro de cantar meu abandono

pois só sabe da dor, o abandonado,

é difícil sofrer assim calado

e viver como vive um cão sem dono.

O meu porto seguro, minha ilha,

meu jardim colorido - colibris,

transformaram o azul em cores gris,

destruíram os meus sonhos de família.

A minh’alma reclama e com razão

eu doei totalmente o coração,

devolveram somente os estilhaços.

Não se paga amor, o bem com o mal

é uma troca no mínimo desigual,

ser tratado pior que um vil palhaço.