Soneto da mais valia

Nosso sonho amanhecido se atormenta,

Pesadelos e relógios entre nós,

Que rugem como dentes da engrenagem

E não há ninguém que ouse alçar a vóz.

E sugados pela força em mais valia,

Nosso sangue à conta-gotas corre em vão,

Quem aguenta até à noite ganha o dia

E nem percebe, pois é densa a escuridão.

O suor escorre em calha à revelia,

Dignifica, e o diabo amassa o pão,

Que é tão pouco, do tamanho da alegria.

Luz do dia serpenteia pelo chão,

Insistindo em clarear a fantazia

De quem sonha ter a senha do patrão.

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 05/07/2010
Reeditado em 18/08/2010
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