Salmo à Deusa!

Antes eu nunca visse tanta luz na terra e no infinito,

Para dizer que ela irrompe o comenos desta vida,

Com um olhar verve como o de Era tão bonito,

Vindo de um céu seu leito, seu lar, seu dia.

Tudo ao seu redor pasma quando passa,

Até o firmamento se curva em sua presença,

Com um arrebol entre montes negros se afasta,

Para que veja seus súditos em famigerada crença.

O próprio Mal abre uma vista sublime,

Pois, bendigo que este às vestes de santo,

Venerou-a do átrio do palácio de todo crime.

Bem pudera! Quem assim resistiria a uma Deusa,

Dama do lago de todas as lágrimas platônicas,

Que em deleite considera-se uma Musa.