Distância que se fez do que era perto

cingiu na mente a comoção do frio,

a despedida e o súbito arrepio,

ditando o medo de um futuro incerto.

A tela em branco a remexer vazios,

temor da sensação de estar liberto,

da repentina Luz do espaço aberto,

da falta que farão os desvarios...

Já nos tornamos irritante grito,

um eco que ressoa e se repete.

Que mais dizer, se tudo já foi dito?

A silhueta nas paredes nuas

pra sempre há de assombrar-nos, ao luar:

apenas uma sombra e nunca as duas.