Sopro

A fim de que o pensar ecoe pelas eras,
empresto a minha voz e atesto este distrato
da luz de onde surgiu a linha do contrato.
Norteio meu jardim, enquanto consideras:

o vento sem soprar, não é vento de fato;
a chuva sem cair, não traz as primaveras...
A busca chega ao fim, se as lutas são sinceras
e desabrocha a flor, vencendo o seu recato.

Se o pensamento vai reverberar, constante,
nas formas que enviar, mensagens ad aeternum,
dos sonhos que criei nas neves deste inverno,

conforme então que seja à simples conjectura.
Porém não creio eu, em nada que perdura
e morro a minha morte, e sumo neste instante.


nilzaazzi.blogspot.com.br