Perdido em Ufa

Serpeando a estepe e osculando as orlas do horizonte

Como um dragão chinês, vermelho, cor de sangue,

Vê-se a boca de um sol etéreo, venerada fonte,

De luz, que à noite enluarada faz a corte.

Este astro foge como um espectro do mau,

Para trás do fastígio dos Montes Urais,

E eu já extenuado de singrar em nau,

Por este Mar Cáspio sou Arrais.

Concaveia-se todo o céu como uma áurea umbela,

Guardando um rosado leque que gera o vento,

No cais deste vale que fica entre as nuvens represa.

E a opiada Vorkuta espia os templos de Samara,

Onde Orsk, o Senhor, da passagem para Tura,

Fozes repletas das frias águas do Belaja.