Amor platônico
Amava não com o desejo
Louvava não com palavras
Deixava-se levar pelo ensejo
E cantava soturnas toadas.
Correspondia ao platônico sentir
Deleitava-se aos sonhos febris
Não vertendo leis sobre o porvir,
Vivendo realidades infantis.
Destruir quimérica existência
Chamá-la de volta ao presente
Seria cruel maledicência.
Amparar com gestos furtivos
Apoiando atitudes senis
Assim seríamos corruptivos.