Soneto ao Tempo
Não vou roubar-te o tempo que de mim levaste
Por que o tempo não é meu, nem teu, nem de ninguém...
Não vou me aproximar se queres que me afaste
Pois a distância é par do tempo e, de certo, vem.
Não vou mentir depois de ter pedido a verdade
Mesmo que a verdade não me tenha feito bem.
Ainda gosto mais da sua infantil sinceridade
Que destas que dizem ter amor onde não tem.
Se tivesses sido um tanto menos meu desejo,
E não fosses tudo que eu sonhava conquistar
Talvez o meu tempo não tivesse ido embora.
Pode ser que seja errado o que eu agora vejo
Mas, do tempo que me fizeste desperdiçar,
Sinto que nenhum segundo foi jogado fora.