Som de neto - Soneto livre

Som de neto

Minha escrita variável tantas vezes não palpável

Esgueira-se em minha mente, porta assim; sem cadeado

Vai riscando minhas folhas num paradoxal futuro e passado

Levando-me a minha infância, e já me vendo de cajado

Minha escrita já foi filha, inexperiente, ansiosa

Já foi adolescente exibida, bobinha em outras horas

Mas ai virou mulher, aprendeu a relaxar...

Hoje minha escrita embala um neto em meu lugar

A poesia nos desnuda, frase feita? Nada muda!

Ela escreve nossos veios, nossas almas, nossas brumas

E derrama como água, cachoeiras de emoção

Minha escrita é vermelha, sangue puro, erupção!

A poesia é reflexo, deste sentir em turbilhão

Coração enxerga largo, mãos palpitam letras sãs

Márcia Poesia de Sá

Márcia Poesia de Sá
Enviado por Márcia Poesia de Sá em 12/08/2010
Código do texto: T2433654
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