Teatro do Amor

Das minhas atuais lembranças vespertinas,

Tu és a iluminura do céu da alvorada,

Tens brancura tanta como às cortinas,

Do Municipal que é de seda pura temperada!

E é no teatro em que me perco a te observar,

Estou na platéia e tu no palco és ovacionada,

Pela tua arte, pela tua forma de interpretar,

Tão simples em ser tu, em ser apaixonada...

Por tudo o que é bom e traz esperança,

Dias de paz a corações rebeldes, selvagens,

Que nunca a perceberam como tu és!

Completa, mas vazia de um amor puro,

Tão bela, porém carente de reais elogios,

Intrépida, todavia sem um porto seguro!