O Inverno em Primavera e a Menina-Mulher
Fez-se então, o Inverno Primavera,
E este Verão que tão sonhado era
Dourou a alma de meu corpo carente
Em desejos brisas na manhã clemente.
Desejos brisas de eterna quimera,
Eterno açoite: “um dia quem me dera!”
Pois foi-se o frio em seu beijo ardente
Virou o Inverno, Primavera quente.
A Primavera em sua graça menina
Fez de meu sonho uma bela mulher
Numas vezes por baixo, noutras por cima
Faz de meu corpo o que a alma quiser.
Eu rogo ao Senhor que me predestina
Transforme o Inverno, assim que puder.
E foi assim, em manhã fria de Agosto
Que a Primavera aqueceu-se pra mim.
Menina-Mulher, hoje teu nome já não é mais apenas desejo, nem sonho e nem quimera. Tu és a minha melhor vida em profusão de sentidos e absurdos. Ter-te disse a minha alma, através de meu corpo, que não ter-te é morrer-me, matar-me.