“Meu coração não mente”

“Meu coração não mente”

Minha paz me traiu, quando fez conchavo com a tua.

E pelos juramentos compartilhados, peregrinou.

Permeou a luz dos teus olhos, assim, crédula e nua.

Sorveu todo o calor, que essa paixão despertou.

Desejei a cumplicidade implícita em cada gesto

Por um tempo, o sonho de ser feliz me alimentou.

Cri ser essa fantasia, um acontecimento aresto.

Emudeceu a dor, e a solidão insana amenizou.

No silencio do meu coração, suas palavras ecoaram.

Seu amor reascendeu minha fé, e todo o gelo diluiu.

Dessa emoção pura, verdadeira, meus versos falaram.

Na pele, esse amor aflorou em loucura e desvario.

Mas se por tão pouco minguou, não há o que restituir.

O vão alento morava nas entrelinhas, e não pude intuir.

Glória Salles

06 janeiro 2009

23h55min

-Registro na Biblioteca Nacional

-Ministério da Cultura

-E.D.A.