683-PRIMAVERA NÃO TRAZ PENA, TRAZ VERSOS
683-PRIMAVERA NÃO TRAZ PENA, TRAZ VERSOS
Resposta:Por Sílvia Araújo Motta
Miguel, lá fora o sol de cor brilhante
enfeita o mar, o céu, a terra agora,
porém o que me dói é ver gritante
o seu pesar sem ter asas de outrora.
Aceita firme a clave, a pauta e cante
ao ver que a flor desfaz-se mas enflora!
No sonho vive o seu morrer constante,
semeia luz, calor e no amor mora.
Setembro...vinte e dois! É primavera!
Se não és jovem, não há pesar nisso!
Idoso tem valor, só não paquera!
À mesa serve paz, saúde implora!
Sem sobremesa, sal, sem nada disso,
mas tem secretos VERSOS toda hora.
Belo Horizonte, 22 de setembro de 2006.
Como é bom receber um soneto
do meu mestre e amigo Miguel Russowsky!
PRIMAVERA (a minha), em 2006
Por Miguel Russowsky
Lá fora i sol propõe uma aquarela
com seu pincel de cor exuberante
e convida-me a ser participante
em moldura de verdes, sentinela.
Aqui dentro a caneta, tagarela,
murmura sugestões a cada instante.
Os sonhos, cada qual mais provocante,
tiram proveitos dos meneios dela.
Diria: - Estou feliz!... É primavera!...
(A realidade dói!). Ó quem me dera,
ter asas e voar à luz serena!
Setembro... vinte e dois... dois mil e seis...
Não sou mais jovem ...(e nem ágil)... Eis:
Aterrizei... Envelheci... Que pena!
BH-MG, Brasil, 22 de setembro de 2006
silumotta@hotmail.com