Ao rei

A chuva cai por frestas no telhado,

mesmos buracos onde o sol se escoa.

Acorda desse sonho malfadado,

sem conseguir fazer do Sim a loa.

Um dia após o outro e o Não calado,

Perdeu seu tempo... Foi ficando à toa...

E só faltava o Sim pra ser falado,

resposta que não veio e nem destoa

de todo o resto que lhe foi negado.

Ao rei, nesse reinado, sua coroa,

rainha destronada e sem legado.

Um canto que a nobreza a ela entoa,

seu cetro, não mais seu, já repassado.

Assim é a Vida: um resto que esboroa...