Como ópio
Nem dez por cento do que amo mostro ao mundo,
a dor é minha e faço dela um alimento.
Por mais estranho que pareça, é tão profundo
e enraizado na minh’alma o sentimento!
Sei que é difícil de entender, ninguém entende,
talvez também ninguém o sinta como eu.
É bem provável que assim seja, mas me rende
horas e horas de um vazio que só cresceu.
Rouba meu sono, o apetite e o respirar,
como um veneno, uma doença, como ópio.
E eu acredito, levo Fé, eu me convenço.
Racionalmente é impossível de explicar:
obsessão, carência ou falta de amor próprio...
Só sei que toma a maior parte do meu senso.