LAMENTO

Não há coração que resista incólume,

Face a funestas palavras destiladas,

Com força lançadas, cravadas de gume,

Tal qual navalhas afiadas.

Retorcida e esmagada a nutrida afeição,

Na retórica de equivocadas sentenças esculpidas,

Apodera-se da alma a frustração,

Aflorando-se frondosas feridas.

Jazido teu sentimento de piedade,

Engajado na insensatez da arbitrariedade,

Fincaste-me última adaga, sem piedade.

Nas asas de um amor que teimava em renascer,

Em perfídia dolosa minh’alma senti esvaecer,

E então experimentei a decepção, que me fez morrer

Susely
Enviado por Susely em 06/10/2010
Reeditado em 09/10/2010
Código do texto: T2541171
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