Pegadas
Almas penadas se esbarram nas encruzilhadas
Enquanto em noites turvas, com o peito a sangrar,
Vago solitária por ruas estreitas e destroçadas calçadas
Janelas entreabertas, vidraças empoeiradas,
Miragem no espelho, de um olhar apagado,
Lembranças que restaram de promessas quebradas;
Pássaro de mau agouro bate asas e canta no telhado.
Letras embaralhadas formam-se minhas pegadas,
Espero a ajuda do alto, que se demora a chegar;
Balbuciando palavras, orações improvisadas.
Luar sem brilho, estrelas desbotadas!...
Faltam-me as forças pra continuar lutando,
Tenho regado o chão com lágrimas derramadas.
A solidão traz dores, é difícil continuar sonhando.