Arranho estes muros tentando escalar,
Meu clamor ecoa na imensidão,
Tento escapar desta prisão,
Mas, sinto-me fraquejar.
Minhas vísceras se contorcem de dor,
Minh’alma se dilacera em gemidos,
O corpo se definha sem o calor,
Dos sentimentos há muito esquecidos.
Fecharam-se as portas e as janelas,
O mausoléu não tem sentinelas,
Apagaram-se todas as velas.
Num último suspiro, escrevo na poeira do chão,
Espero que não seja em vão, um dia sei que lerão:
Amar não foi o suficiente, matou-me a solidão!
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Nivaldo, Te agradeço de coração por esta linda interação:
Rasga-me a poesia o pranto de dor,
sacoleja-me a alma a tua ausência
que ainda se inspira com veemência,
mesmo prendendo-me ao teu amor...
Noctívago, andarilho ainda sepultado
às margens destes fiéis sentimentos,
que nas asas da quimera e tão fomentos
extirpam-me a alma num ar alienado...
Beija-me a solidão, abraça-me esta dor
que no peito se encapela sem nuances,
rasgando nos versos quaisquer chances
de esquecimento; alimenta-me este amor...
Escrevo versos ao vento nesta prisão,
e que eles te encontrem sem sofreguidão...
***( Nivaldo Ferreira ) *** 27/01/2011