Fogo Sagrado
Sharik Letak


Trago no peito um fogo sagrado
Que um deusinho louco acendeu.
Um tal Cupido, menino assanhado
Com arco e flecha que outro deus lhe deu.


Foi o deusinho muito bem treinado;
Nunca erra o alvo se o escolheu.
A gente se esconde, mas é encontrado,
Ele acerta a gente e diz: Não doeu!


Não doeu? Quem dera! Como dói!
É uma dor que pinga e que nos corrói
Queimando o peito como um tição.


Mas que fazer se próprio amor constrói
Este caminho para a dor que rói,
Sempre acossado por nova paixão?

São Paulo (SP), 20 de outubro de 2010 (17:40 hs)