Meu Vinho

Das parras de Dionísio quero o fruto,

A vinha madura sugar até o bagaço,

E do vinho, tua essência, quero o suco,

Que me embriaga a alma de passado.

Mas como as novas colheitas aguardam,

Fico a brindar taças com velhas safras,

Daquelas que pelo sabor muitos guardam

Nas garrafas inclinadas, o beijo das fadas.

Adegas visitei, foi um bom ano que tive,

Porém degustar é nobre para o que vivi,

Uma entressafra sem tantos prazeres...

Vivo então, convivo, sobrevivo e confio

Acreditando nas belas monções do leste

Que meu amor virá como um bom vinho!