“Espreitando” - Soneto

“Espreitando” - Soneto

Meu tempo foi aniquilado pelo marasmo

Sem escrúpulos, furtou minha candura.

Invadiu o melhor de mim com sarcasmo

Versos sem sentido, nus, sem compostura.

Avassala sem limites minha ingenuidade

E sem a menor ética desfalca minha historia

Desafina meus tons, sabota minha verdade.

E absorta, evoco perene, minhas memórias.

Estou sobejando eloqüência sem sentido

Meus acordes descompassados e baldios

Cada letra, cada verso, punhado de conjectura.

Termos vagos, num falar ingênuo, consumido.

Frases desconexas, penduradas nos desvarios.

Pela fresta, espreito as notas desta partitura.

Glória Salles

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