Percival
Quando eu morrer o lívido corpo sério
Terror na aparência do morto sisudo
O agudo do olhar mudo vai ao mundo
Duro, o cerebelo jaz no frio deletério.
O grave semblante nulo do critério
Depondo a égide maldita com tudo
Na expressão do defunto o demudo
Com a voz arrancada no cemitério.
Na sombra do cipreste a escultura
Presente o prudente treme na sepultura
Do débil ruído que esperas das feras.
O indolente sente a fúria do inocente
No espírito luso jaz o caminho crente
Na condição infecunda das megeras.