SONETO MACABRO

Carlos Celso-CARCEL (16/novembro/2010) (1º)

Vejo-a de perto, vindo, sorrateira,

busco coragem, tento ser um forte,

mas quem o é? se quando chega, a morte

não nos avisa, ela é traiçoeira!

Exuberante vida com alarde

eu pude ter, mas nunca imaginando

que ela, um dia, fosse assim chegando

furtivamente, cruel e covarde.

Realidade! em nada me iludo,

sei que não há para defesa escudo,

mas, mesmo assim, pra sí caminho não abro.

Que demorasse a chegar, quisera!

enquanto eu aqui nessa quimera

vou rabiscando um soneto macabro.

"https://www.clubedeautores.com.br/book/212294-M-O-M-E-N-T-O-S"