Re-lembranças

Reescrever linha a linha, velhas linhas,

Impressas na soleira da saudade

Permito-me, enfeitando a realidade,

De lembranças, estóicas, porem minhas.

Transmudar letra a letra em novas linhas,

Suprimindo as intrigas e a maldade,

O nó da nostalgia o peito invade,

Cingindo cepo a cepo antigas vinhas.

Vagando por memórias do passado,

Inimigos, reencontro lado a lado,

O bem e o mal, num embate tão antigo.

Destarte, em findas telas presencio,

No ocaso o lusco fusco já tardio,

Colhendo o sol que ainda está comigo.