SONETO AO AMOR
Permitas-me olhar-te sem lembrança
sorrindo no teu rosto de vida
a fluidez por ti imprimida
na doçura do teu gesto que me balança
o preço que se apressa o sonho é pujança
e o ardor que se nega a briga, revida
numa contração do teu gesto aguerrida
invasora do meu silêncio e confiança.
Luzes e sons sibilam desconcertantes
imatura é a minha tímida vontade
e o meu desejo a tanto não se revela
de algo não sucedido eu ando com saudade
meu amor em voltas no coração deslizante
lá no fundo alegre é a esperança mais bela.