OUTRO OLHAR

O olhar de um poeta não é igual ao de outro ser,

bem mais arguto, se aprofunda nos detalhes,

capta a beleza, as sutilezas, os desacertos

e da palmeira, vê magia no seu talhe.

Uma roseira, ao ser comum, tem sim beleza,

mas um poeta cria em torno fantasias,

pensa no orvalho deslizando, com certeza,

em cada pétala ao nascer um belo dia.

O pensamento de um poeta não é igual

ao de quem passa pela rua atentamente,

olha as vitrines e se alegra com o banal.

É semideus e de uns poemas o criador,

pobre refém do que lhe impõe o pensamento,

apologista da ternura e até da dor!

ELIANE ARRUDA
Enviado por ELIANE ARRUDA em 08/12/2010
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