Sete dias

São sete, só mais sete entardeceres

E o nada que eu guardei entregarei

E como aquele que é o pior dos seres

Bem mudo os meus lábios deixarei.

Aqui está, Senhor, cumpri... cumpri...

Não era a pena a qual me foi imposta

Que pena... Era um bem e eu não vi

Mas chego com meu barco na encosta.

Trezentos e cinquenta e oito tardes

Passei em alto mar e vagas ondas

Aos trancos, aos remendos, muitas sondas.

Setenta vezes sete que me venham!

Provei maior doçura que estes sete...

(Pra sempre a minha vida a tal não vete).

Edmond Conrado de Albuquerque
Enviado por Edmond Conrado de Albuquerque em 25/12/2010
Código do texto: T2691322
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