O PARTO DO SONETO
Senti, de repente um desejo de escrever
Catorze versos, assim mesmo sem noção;
Logo depois, foi me dando uma aflição
Tal qual um parto, uma criança por nascer.
Dias depois – eu sequer posso descrever-
(como pude rimar aquela sensação?),
Palavras e rimas vinham em profusão
Os olhos não criam no que estavam a ler.
Os quartetos surgiram sem explicação
(cada situação em que eu me meto!),
Um algo novo estava em formação...
...O papel contraiu-se nesse terceto:
Não foram nove meses de uma gestação
Mas eu sou pai: É meu filho este soneto!