Soneto de Ternura

Eis, Sulamita de pele morena...

Eis o pastor das ovelhas no prado

Vim-te buscando, teu beijo almejado

Vou-te flertando a face serena.

Cada pedaço de ti eu desejo

Quero teu colo, teu fôlego fresco

E neste instinto que é meu, romanesco

Ser dois em um num esplêndido harpejo.

Quão casto é esquentar-me em teus braços

Mais pejo vem do odor que me fica

Sorve meus poros, deixando teus traços.

Teu sentimento sem lógica explica

Todo o motivo de unirmos em laços

Toda a ternura que a alma fabrica.

Obs: A quem não tenha-se situado no primeiro quarteto, convido a ler "O Pastor de Ovelhas", ou o livro de Cantares de Salomão.

Edmond Conrado de Albuquerque
Enviado por Edmond Conrado de Albuquerque em 08/02/2011
Reeditado em 08/02/2011
Código do texto: T2779561
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