Riacho de águas límpidas - Marvão Portugal

NAS ÁGUAS DO MEU RIACHO
 
Há noites em que ainda escuto as lamurias,
Das águas a deslizarem sobre as corredeiras,
Em seu leito vejo as pedras bem fincadas,
E as águas se atiravam nas duras barreiras.
 
Nas margens havia uns pés de catingueiras,
E nas sombras que sobre o chão deitavam,
Eu armava minha rede amarela de varandas,
Deitado sobre ela, os pensamentos voavam.
 
Mas quando eles, lá na colina desciam,
Extasiados e defronte uma casinha pequena,
Fincavam o pé, não passavam e não se iam.
 
Na janela um jarro de lindas flores, verbena,
Entre as folhas e flores, duas estrelas se viam,
Os lindos olhos azuis daquela bela pequena.
 
                       Rio, 02/03/2011
                     Feitosa dos Santos