Soneto ao Perdão

Dói na alma todo errar do meu corpo,

Partem as calmas qu'eu tinha contigo!

O que se fazia risos, se faz sal em copo,

Se faz gosto que sangra como castigo...

É como sentir o cortar d'umbigo,

É como o partir do feto sem ter nascido...

Um filho sem os olhos dos pais como abrigo!

Agora sou pedaço por mim esculpido!

O que me tornava o mais limpo dos rios,

Agora tornou-se o mais sujo dos cantos vazios,

Espero que Deus me estenda a mão...

Sou agora pedaços no fundo dos fossos,

Agora espero o colher dos ossos insossos,

Agora com alma de joelhos te peço perdão!

Pergentino Júnior
Enviado por Pergentino Júnior em 08/03/2011
Reeditado em 17/06/2018
Código do texto: T2834542
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