DECOTE DO PENSAMENTO - XXXVIII

Parando para ouvir-te, vício que se alteia

E deixa pelo ar a voz em abandono

Toda a ternura própria onde o humor verdeia

Quer o mistério em mim calar qual céu de outono

Como seria o amor de que a razão é cheia

Tocando a mim brilhante, como nem sei como

A se alastrar em grácil vibração na veia

E em íntimo querer fluísse no abandono

Que força o estágio em que a vagueza faz o tom

Quisesse a sensação em débil versejar

De afeiçoada a ele esqueceria o dom

Que é trazer luxo aos beijos todos sem parar

Como na vida só acontece com a paixão

Quando tempera o verbo ser com o verbo amar

Miguel Eduardo Gonçalves
Enviado por Miguel Eduardo Gonçalves em 09/03/2011
Reeditado em 30/03/2011
Código do texto: T2837940
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