As Minhas Mãos

As minhas mãos são mortiças, esguias;

Vagos fantasmas, perdidos e absortos,

Têm a frieza dos túmulos mortos

Das pedras brancas, marmóreas e frias...

Enlanguescidas, tão magras, vazias...

Têm os relvedos de fúnebres hortos;

E os dedos longos, ebúrneos e tortos,

Formam arcaicas colunas sombrias...

Têm o requinte de góticas naves,

Marmorizadas, regélidas, graves,

São assimétricas, lúridas, cruas!

Ah minhas mãos! Solitárias, errantes,

Tão cadavéricas, tristes, minguantes,

Nunca encontraram as sedas das tuas!

* Versos decassílabos no ritmo Provençal / Gaita Galega (4ª, 7ª e 10ª).

Derek Castro
Enviado por Derek Castro em 16/03/2011
Reeditado em 26/11/2011
Código do texto: T2851391
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