PAISAGEM NA POESIA DO TEMPO

O caminho se estende como tapete espesso,

nele percorro em curvas, memórias de mim,

marcadas nas espalhadas palavras que teço,

recolhidas em versos, parindo poesia enfim.

Longe a velha porteira, perto o velho cupim,

longínquas passagens, as quais não esqueço,

pueris lembranças doces, saudades sem fim,

adolescentes vontades, do tempo o começo.

Cerrado verde recém molhado, bem conheço,

resquícios dos cheiros, sabores, coisas assim,

impregnados n’alma, do tempo que arrefeço.

É doce rever a trilha por onde me reconheço

menina, desconhecendo da vida o frenesim,

brinco de ser poeta no rumo que estabeleço.

Celêdian Assis
Enviado por Celêdian Assis em 22/03/2011
Código do texto: T2864138
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